sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Um pouco sobre Latitude: 09º 58' 29"S Longitude: 67º 48' 36"W - Parte 2

No post anterior vimos um pouco sobre o Acre e como o Brasil tentou se livrar dele duas vezes.
Continuando essa bosta, vou contar um pouco mais para vocês:


Luís Gálvez Rodríguez de Arias, esse era o cara! Sobrinho de ministro da Marinha espanhola, bonitão, emprego bom no Banco da Espanha, jovem e simpático. Ok, bom pra caramba né? Viciado em jogatinas e cheio das dívidas, aos 27 anos perdeu a porra toda. Perdeu até o emprego. A vergonha que lhe batia na porta todo momento, o fez correr para as colinas América do Sul. Caiu no CU DO MUNDO, lá na Amazônia, depois de tentar a vida boa no Rio de Janeiro e mais algumas cidades. Montou pra ele um cabaré em Manaus e arrumou emprego como repórter do jornal Commercio do Amazonas. Mas o que esse filho da puta tem em comum com tudo aquilo já contado?


Em 1899, Luís Gálvez viajou até  Belém exatamente quando o representante do José (e agora, José?) Paravicini passava pela cidade. Rolou um almoço onde esses dois estavam presentes e uma notícia circulou na mesa: Fodeu! O Gálvez ouviu os Bolívia comentando sobre uma certa Companhia de Borracha dos EUA e do boato do acre ser arrendado para essa companhia(E também para o Anglo-Bolivian Syndicate). O plano era explorar a extração de borracha para a fabricação dos carros americanos e 60% dos lucros da exportação iriam pro bolso dos Bolivianos. Uma publicação no jornal Prvpincia do Pará de junho de 1899 botou a lenha na fogueira e jogou a merda no ventilador. Bombou em todo canto e a Amazônia "pegou fogo"!(UhUL). Quando tudo isso chegou no Rio de Janeiro, Rui Barbosa alertou sobre a política imperialista dos EUA e sobre o que aconteceria, citando o Havaí.
Ainda não entendeu o que o Luís Galvez ta fazendo de bom, né? Na verdade ele é um bosta, mas se liga só:
Luís tinha um coração de super herói, ele se ligou nisso tudo e pensou: Chegou o meu momento, vou brilhar, voar baixo. O bonitão Luís foi até o cu do mundo Amazonas e alertou o governador, informando sobre a quantidade de impostos que o estado perdia com a intervenção da Bolívia ou EUA. 2 mil toneladas de borracha eram exportadas por ano, naquele ano, e os tributos dessa venda não ficavam para o Brasil. O governador ficou puto e deu armas e canhões para o querido Luís aprontar todas com sua galera (20 homens, sendo atores e atrizes, que entraram nessa depois de cair na lábia do Luís) e #partiu. A intenção do Luís, naquele momento, era criar a República Independente do Acre (AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH) sem contar pra ninguém.
O passo da conquista foi bem simples: Luís-bom-de-labia (Dom Quixote do cu do mundo) chegou lá e falou a verdade: O Brasil tá cagando pra gente, seus merdas. Fez um discurso que dizia algo sobre as leis que eles aceitavam, os pagamentos de tributos e impostos e que ninguém ligava pra eles.
O "Novo país" foi fundado em 14 de junho de 1899 (data escolhida por Luís pra coincidir com o 14 de junho francês)
- A capital ganha o nome de Cidade do Acre (hoje é Porto Acre, divisa com o cu do mundo Amazonas)
- Pós-conquista(ta certo?) Luís criou:
Força de instrução para educar acreanos;
Força Pública Nacional, de batalhões e infantaria, cavalaria e corpo de bombeiros;
27 decretos para regular os futuros serviços de água, transporte, abastecimento, adestramento de dinossauros, iluminação pública, os incentivos às indústrias e famílias de colonos que quisessem se instalar por ali.
Luís, o "Imperador do Acre"(HAEAIEHAIEHAIEHIAE) escreveu em francês (Língua oficial da diplomacia da época) um comunicado, e mandou aos países da América do Sul, anunciando a proclamação da nova nação (!)(!)(!)(!) de: 6.742 cidadãos, 4 Velociraptors, 7 Pteranodonte e 1 Mosassauro emburrado(boatos que sofria de depressão). Naquela época a Argentina era o país mais ryco da América do Sul, chegou a reconhecer a legitimidade do Acre como nação (!).
Luís também mandou um aviso especial para o presidente brasileiro, Campos sales. O aviso dizia assim: "Se o Brasil quiser se apoderar do novo país, então tudo bem!".
No ano de 1900 deu ruim pra caralho pro Luís, os avios de guerra brasileiros chegaram lá no Acrezão e reintegraram sua posse para a Bolívia! Gálvez foi preso e mandado para Pernambuco, de lá, #partiuEspanha, onde ficou até morrer em 1935.


O Rio de Janeiro continua lindo parou de recusar o acre quando uma expedição militar clandestina quase provocou uma guerra com a Bolívia.
Em 1902 a galera boliviana com algumas instalações e alfândega por lá(Acre),  anunciou que iria sim arredar o Acre ao Bolivian Syndicate. Sem problemas né?

Apresento a vocês o gaúcho(hihi) José Plácido de Castro (lutou no Rio Grande do Sul durante a Revolução Federalista). José era tudo de bom! Patriota radical, viu que o que estava acontecendo era um absurdo; a possibilidade de americanos mandarem num pedaço do Brasil deixava ele irritado. E agora, José?
José Plácido reuniu 70 cabeças, formando sua tropa de seringueiros-soldados, e saiu derrubando as instalações bolivianas que via pela frente. um mês depois a Bolívia revidou, matando 22 amigos de José. Velho de Guerra, José usou a cabeça e experiência, distribuiu os pontos dos últimos levels que upou e armou um bote dos bons. Montou um cerco pros Bolivianos, e mais de 150 deles se renderam.
Em 1903 sua tropa tirou todos os bolivianos de Porto Acre e o lugar novamente era uma república, desta vez o Estado Meridional do Acre. Os generais da Bolívia estavam putos e com planos de revanche, mas o governo brasileiro percebeu que não dava para ignorar o Acre(dava sim) e o Barão de Rio Branco foi até a Bolívia acalmar as coisas. No fim de 1903, fecharam um acordo. O Brasil se comprometeu a pagar 2 milhões de libras esterlinas pelo Acre(burrada), ceder um pedaço do Mato Grosso e ainda construir uma ferrovia pros bolivianos terem acesso ao rio amazonas e ao oceano Atlântico(Estrada de ferro Madeira-Mamoré).

A grana pra isso tudo saiu de bancos europeus, e todo o dinheiro gasto de nada serviu. Enquanto as batalhas patrióticas aconteciam no Acre, seringais cresciam na Ásia. em 1876 Henru Wickham levou do brasil 70 mil sementes, e foram plantadas no Sri Lanka, de maneira mais organizada que as do Acre. Em 15 anos (1900 - 1915) a venda de borracha foi de 45 toneladas para 107 mil! E o Acre? Só se fodeu, pois sua borracha era mais cara e nunca mais daria lucro nenhum.

Mas, me diz aí, quanto é que custa o Acre?
 
Em 2007 o Acre teve um Produto Interno bruto tão grande quanto o da cidade de Limeira, no interior de São Paulo (177 milhões de reais em impostos federais) e a quantidade retirada pelo Acre do Tesouro Nacional, no mesmo ano, foi de 605 milhões de reais.
A cada ano que passa, o Acre custa 400 milhões de reais à nação. Se pensarmos que na média o Acre custe 280 milhões de reais, desde 1908 já foram gastos mais de 28 bilhões!!!!!!!!!!!!!!!
CARALHO!


<<Parte 1



Acabou :)

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