quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Um pouco sobre Latitude: 09º 58' 29"S Longitude: 67º 48' 36"W - Parte 1


Tem uma galera que diz que o Acre não existe. Um pessoal diz que o Acre existe.
São tantas as polêmicas que esse estado causa... Eu sei que o acre existe e que lá habitam criaturas estranhas.
Mas, me diz aí, quanto é que custa o Acre?
Como era o Acre
Por volta de 2006, o zoeyro Diogo Mainardi disse que até um cavalo seria um preço alto à ser pago pelo Acre. A população (ela existe?) do acre ficou puta da vida.
Evo Morales, presidente da Bolonhaívia, deu vendeu o Acre pra nosso Huesil por 2 milhões de libras inglesas, de 1903, que na época(2006) valeria algo em torno de 230 milhões de dólares. Evão ainda reclamou que deu a Acrelândia pra gente em troca de um cavalo.

Péssimo Negocio, não? Só se for pro Brasilsilsil!



Evão parece que não curtiu muito vender esse negócio de Acre aí, mas ele fez a coisa certa, ganhou uma grana e ainda se livrou de altos gastos, caras.
O Brasil tentou jogar o Acre pros caras que moram ali do lado 3 vezes, mas aceitou ficar com ele depois dos seringueiros teimosos e militares patriotas insistirem pra caralho em fazer ali, no Acre mesmo, a sociedade perfeita. Da pra acreditar?
Em 1867 o Brasil tentou se livrar do acre pela primeira vez. Era época de guerra no Paraguai e imperador dom Pedro Segundo queria fazer um agrado, mas não queria fazer um boquete, então foi feito o Tratado de Ayacucho¹, pra evitar confusão com a Bolívia, seguindo o exemplo da galera do Paraguai. A região foi determinada com referências de rios, sendo as latitudes dos rios do Alto Amazonas. Como ninguém conhecia aquele caralho de lugar, o tratado dizia que cada parte enviaria uma pessoa pra demarcar a porra toda, dentro de 6 meses. Quase 8000! 30 fodendo anos depois a galera da Bolonhaívia não tinha aparecido pelo querido Acre. Em 1895 o Brasil resolveu ajudar e mandou pra la o queridinho Gregório Thaumaturgo de Azevedo², que chefiou o rolê.
O que era pra ele fazer: ir lá e dizer logo qual era a parte boliviana.
O que aconteceu: Chegou lá e tinha gente pra caralho, um pouco de seringueiros e uma galera puta da vida, quando souberam que ele ia dividir e dar esse pedaço pra Bolonhaívia logo trataram de ameaçar trair a nação e ir pro lado boliviano, se o tratado fosse obedecido. O Amigo Gregório escreveu: "Fodeu, tem gente pra caralho aqui, tem um povo com a barraca armada ( ͡° ͜ʖ ͡°) e terras demarcadas."

Toda essa zona perderemos, aliás explorada e povoada por nacionais e onde já existem centenas de barracas, propriedades legítimas e demarcadas e seringais cujos donos se acham de posse há alguns anos sem reclamação da Bolívia.


Bom, motivo pra ficar com o Acre o Brasil tinha: Borracha no século 19 dava dinheiro pra caralho, um exemplo era Manaus e Belém, duas cidades que fizeram riquezas à partir da exportação de borracha.
O Rio de Janeiro tocou o foda-se mesmo com o aviso do Gregório, afastou ele e mandou pra lá um novo camarada:  o capitão-tenente Cunha Gomes³, que ignorou os brasileiros que estavam no Acre, deu andamento ao tratado e disse pros bolivianos que o Acre era deles, demarcando a linha reta que delimita a fronteira norte do estado.

Em 1898 o Brasil tentou se livrar do Acre pela segunda vez. Nas mãos de Dionísio de Castro Cerqueira, estava a oportunidade. Dionísio escreveu um telegrama pro governador do Amazonas e pediu pra que ele concordasse que o acre era da Bolonhaívia, como o querido Cunha Gomes havia dito.
Sabendo desse auê todo ali, a Bolonhaívia foi lá e pegou o Acre pra ela (O povo ta puto até hoje) enviando José Paravicini, embaixador do país no Rio de Janeiro. No finalzinho de 1898, o parceiro ali precisou de 40 contos de réis dos Bancos de Londres e do Rio da Prata, na promessa de pagar a dívida com os impostos que o Acre renderia e ainda mandou uma cartinha de amor pro embaixador boliviano em Londres, solicitando money e um engenheiro manjador dos paranauês, para construção da sede acreana do governo da Bolonhaívia, e partiu para a Amazônia. Não sei por que caralhos o José ficou sabendo que não iam enviar porra nenhuma do que ele tinha pedido, então ele ficou puto e pediu pro Banco de Londres mais dinheiro pra chegar na Amazônia. Até chegar onde ele queria, foi passando por várias cidades e, na grande maioria, pegava mais e mais dinheiro emprestado e contratava mão de obra e materiais pra construção da sua sede.
Demorou dois meses pra esse cabra chegar no Acre (Foi rápido, até) e até aquele momento nenhum dos seringueiros e mafagafos, criaturas da noite, dinossauros, um porco e  sabia que não moravam mais no Brasil. E agora, José Paravicini?
José viu que o bagulho ficou louco e fincou uma bandeira da Bolívia em uma clareira que ele mandou abrir, se nomeou delegado boliviano no Acre e criou duas repartições (Direitos reais e direitos fiscais) pra cobrar imposto da galera.


Continua...


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Gosto bastante da história e assim como o Malcriado RJ ( ͡° ͜ʖ ͡°), resolvi publicar algo legal pra galera.
Malcriado, posta logo a continuação do  henrique VIII, da Inglaterra.
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Tratado de Ayacucho¹ também conhecido por Tratado de Amizade ou Tratado de Muñoz-Netto.
Gregório Thaumaturgo de Azevedo² foi governador do Piauí, aquela bosta.
capitão-tenente Cunha Gomes³: Queridinho do Rio de Janeiro, <3

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